Inteligência Emocional: aprenda a lidar com as suas emoções e as do cliente

3 min.

23.02.2023

Claudia-valente

Escrito por:

Cláudia Valente

Antes de passarmos aos conselhos propriamente ditos, não podemos deixar de falar da habilidade que lhe permitirá controlar a situação e levar a cabo os seus objetivos – a Inteligência Emocional.

O que é a Inteligência Emocional?

A Inteligência Emocional aplicada ao contexto do contact center, define-se não só pela capacidade de o agente entender e gerir as suas emoções, mas também por este ser capaz de reconhecer e influenciar as emoções do cliente, em prol dos seus objetivos. Sem o recurso à Inteligência Emocional, o agente seria incapaz de tomar decisões baseadas em fatos, sem se deixar envolver pelo seu estado emocional. Desta forma, seria muito difícil para ele conseguir lidar com objeções, transparecer confiança e segurança para o cliente e construir uma linha argumentativa e praticamente incontestável.

Vantagens

Utilizar este conceito no atendimento ao cliente apresenta-se como uma mais-valia tanto para a agente, como para o cliente, uma vez que é proporcionado um atendimento mais personalizado e com maior qualidade. Algumas vantagens de usar Inteligência Emocional no atendimento ao cliente:

  • Agentes mais felizes – um agente feliz certamente fará um melhor atendimento e será mais produtivo.
  • Fidelização de clientes – um cliente que tem uma experiência positiva com a marca é um cliente leal e que dificilmente considerará outras alternativas no momento da compra.
  • Passa-a-palavra – o cliente satisfeito recomenda a marca, partilha a experiência, não percebe muitas vezes que está a torna-se em defensor da mesma, tanto em contexto offline como online.
  • Aumento de vendas – como consequência dos pontos mencionados acima, é expectável que haja um aumento do número de vendas.

Conselhos

Por todos os fatores acima mencionados, um agente que pretenda desenvolver a sua Inteligência Emocional deve:

  • Investir no autoconhecimento/autoconsciência de forma a conhecer as suas emoções, os seus pontos-fortes e os seus pontos-fracos, e os seus gatilhos emocionais.
  • Trabalhar o autocontrolo, tornando-se capaz de lidar com os seus próprios sentimentos, e de agir de forma consciente e adequada a cada situação.
  • Desenvolver a automotivação, estabelecendo metas e celebrando as conquistas.
  • Ser empático, colocando-se no lugar do cliente e avaliando a situação da perspetiva dele.
  • Estabelecer relações interpessoais saudáveis, identificando o que pode influenciar, direta ou indiretamente, o cliente.

Com toda esta informação em mente, será mais fácil para o agente cumprir as seguintes boas práticas:

  • Perante um cliente que se encontre descontente, colocar-se no lugar dele, perceber as suas motivações e emoções e nunca responder “na mesma moeda”.
  • Antecipar-se, percebendo como o cliente se está a sentir e adaptando a sua resposta.
  • Colocar questões ao cliente e ouvir atentamente a sua resposta, com o objetivo de solucionar o problema e de melhorar o processo, e não de terminar o atendimento rapidamente.
  • Agir com humildade, encontrando um equilíbrio entre a comunicação assertiva e a modéstia. Independentemente de ocupar um cargo de destaque na empresa, deverá mostrar-se recetivo e capaz de admitir erros. Com esta abordagem irá quebrar o modo defensivo do cliente, demonstrar-lhe que é alguém empático e ainda que o considera importante. Depois disto, mais facilmente conseguirá motivar o cliente a tomar a atitude que deseja. De acordo com uma pesquisa da Salesforce, 78% dos clientes dizem ser provável perdoar uma marca pelo seu erro depois de receber um serviço excelente.
  • Utilizar uma comunicação ativa e construtiva para guiar positivamente as emoções cliente, e por fim, atingir o seu objetivo, seja uma venda ou a resolução de uma queixa.
  • Mostrar flexibilidade, oferecendo várias opções ao cliente.
  • Estabelecer uma relação com o cliente de forma a conhecer as suas preferências e sugerir o serviço que melhor se adequa a ele, em vez de uma série de produtos/serviços indiscriminadamente. Curiosidade: a Disney trabalha a sua Customer Experience de uma forma tão efetiva que garante uma taxa de retorno de 70% dos visitantes. Uma das estratégias consiste exatamente na criação de conexão emocionais entre os seus colaboradores e o cliente, garantindo que a experiência com a marca se torna inesquecível.
  • Da mesma forma que o autoconhecimento é importante, reconhecer a tipologia de cliente pode ser uma ajuda valiosa:
    • Cliente “confuso” que, apesar de saber o que pretende, tem dificuldade em explicar-se.
    • Cliente “indeciso” que não sabe o que quer e que precisa da ajuda do agente para encontrar a solução para o seu problema.
  • Cliente “despropositado” que faz exigências inconcebíveis com o objetivo de ter aquilo que quer.
  • Cliente “desconfiado” que não permite a proximidade do agente.
  • Cliente “dono da verdade” que apenas acredita nas ideias dele, que precisa que lhe seja dada razão e que pareça que todas as soluções partiram de uma das suas ideias.
  • Cliente “choramingas” que vai pedir, pedir, até ter tudo o que puder.

Está tudo interligado

Sabemos que podem parecer muitas ideias, mas todas as aptidões descritas relacionadas com a Inteligência Emocional estão interligadas. Em suma, deverá aprender a controlar as suas emoções, de forma a tomar decisões baseadas em factos, e ser empático. Desta forma, estará a trabalhar muitas das competências referidas e conseguirá, garantidamente, oferecer uma customer experience inesquecível. Não se esqueça ainda de reconhecer e celebrar as emoções positivas, e de influenciar as pessoas que o rodeiam.

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